quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Negra, sim! Com muito orgulho.

"Eu sou é arretada, óxente"
A atriz do Grupo Teatral EAVA Fênix, Lutilla Holanda, que interpreta a ex-escrava Maria Molambo no espetáculo "Maria, Simplesmente Maria", afirma que sua personagem é um exemplo de luta em defesa à raça negra.
"Foi um presente maravilhoso que a Erika me deu. Maria Molambo é a personagem mais intensa que vivi. A força dela ao lutar contra o racismo é um exemplo para mim. É a defesa da minha raça." - diz Lutilla Holanda.
Maria Molambo abre o espetáculo com seu monólogo contando sua trajetória de vida, desde a senzala do Barão de Rio Branco até o Hampton's House - Local onde se passa a peça.
Depois surge a personagem com seu "remeleixo", sensualidade, força, determinação e coragem. Como Maria Padilha (interpretada por Erika A. V. de Almeida), Maria Molambo não leva desaforo para casa.
O que encanta o malandro carioca Zé Piroca (Manoel Paulino Júnior), seu par romântico na peça.
Na foto abaixo, as aliadas Maria Ana (Kerlen Pinto), Maria Molambo (Lutilla Holanda) e Maria Padilha (Erika A. V. de Almeida ).
Logo no ATO I Maria Molambo executa uma dança africana, onde a música e os passos verdadeiramente são originários da África, a terra natal da personagem.
"Maria Molambo saiu da África em um navio negreiro ainda no colo de sua mãe. Ela fora vendida na Bahia. Lá morou até a adolescencia, quando seu dono a vendeu para seu amigo carioca, o Barão. Com o fim da escravidão sua história acabou no Hampton's House". relata Lutilla.

Para fazer essa dança, Erika Almeida adquiriu um DVD de cultura africana, onde uma profissional de dança da África ensinava os passos.
Não foi fácil! Erika escolheu os passos, Lutilla aprendeu. Depois a própria atriz, assistindo outros DVD's acrescentou-lhe alguns novos passos.
Deu certo. A dança foi bonita: sexy e ao mesmo tempo forte.
É daí que ocorre a disputa entre o Barão de Rio Branco (Gustavo Lebre) e o Jornalista (Clyfisson Barbosa). A cena do conflito entre Maria Molambo, Jornalista e Barão foi tenso, o que deixou o público muito mais ligado.
Aqui ela aparece com um traje africano, realçando-lhe as curvas.
No ATO II Lutilla (Maria Molambo) já aparece como uma cocote da época: calçola, meia, espartilho, salto alto.
É nesse ato que Zé Piroca toma coragem e inicia as "investidas" na bela negra que recusa-lhe a "corte". Mas Zé Piroca não desiste de conquistar sua "deusa de ébano", o que enfurece Jupira (Camila Sarapião) e Dadá (Caio Monteiro) ambos apaixonados por Zé Piroca. No ATO III tem a dança das Marias.
Um show a parte.
Depois da dança o conflito ente Joaquin (Evandro Damasceno Jr.) e Juan Galhard (Maxwel Araújo) por Maria Padilha (Erika A. V. de Almeida).
Nesse ato Lutilla aparece com uma roupa íntima da época, usada pelas cortesãs em suas apresentações.
O Barão de Rio Branco volta a investir na "negra" que ele afirma ser sua de fato.
Maria Molambo, incentivada por Maria Padilha, agride seu ex-senhor e confirma-se uma mulher livre.
No ATO IV Maria Molambo enfrenta o perverso Joaquin Martínez para defender o amante de sua amiga, Maria Padilha.
Sem medo, ela o trata como igual, não ligando para a veia psicopata de Joaquin, bem como seu alto poder financeiro.
Maria Molambo é show!
A foto abaixo foi da coreografia final, onde Maria Molambo e Zé Piroca se apresentam para o público.

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